segunda-feira, 12 de março de 2012

Violêcia no Brasil

Números da violência

Violência e acidentes superam mortes naturais na população infanto-juvenil 
  Mais da metade dos adolescentes, entre 15 e 19 anos, morre em homicídios. Para a autora da pesquisa, dados são retrato da escalada da violência no país.
A pesquisadora Maria Helena Prado de Mello Jorge estuda a mortalidade infanto-juvenil por causas externas há mais de 20 anos. Causa externa é tudo aquilo que não se pode chamar de morte natural. São assassinatos, suicídios, atropelamentos e todo e qualquer acidente que resulte em morte.
  "Todas as causas externas são previsíveis e preveníveis. Conhecendo as reais causas dos acidentes e violências, podemos elaborar programas específicos para a prevenção dessas causas", afirma Maria Helena.
    Segundo ela, embora possam ser evitadas, a participação das causas externas no total de mortes da população infanto-juvenil cresceu nas últimas duas décadas. Na faixa etária entre 15 e 19 anos, três quartos das mortes são decorrentes de acidentes e violência (ver quadro). "Isso está retratando o aumento da violência no país, inclusive contra a criança", analisa.
Participação da mortalidade por causas externas
sobre o total de mortes (em %)
 Faixa etária
 10 - 14 anos15 - 19 anos
Triênio 1979-198145,761
Triênio 1993-19955575


Tipo de violência varia conforme idade
   As pesquisas também mostram que há variação do tipo de violência, segundo a idade das vítimas. De um a quatro anos, as crianças tendem a sofrer mais com maus-tratos e violências praticados principalmente pelas mães. Entre cinco e nove anos, começa a ser mais freqüente a ocorrência de violência sexual. A partir dos dez anos, cresce o número de vítimas de assassinatos. A faixa etária mais crítica é a de 15 a 19 anos, em que somente os homicídios respondem por 53% do total de mortes.
   "Por trás dessas mortes, provavelmente há problemas com drogas e álcool", analisa Maria Helena. Ela afirma que conhecendo as raízes da violência na juventude e analisando prováveis soluções, podem se reunir elementos para formular políticas de prevenção dessas mortes. "Mas não é fácil resolver o problema", avisa.
   Maria Helena elaborou também quatro pôsteres sobre a situação da criança e do adolescente no Brasil, com dados como distribuição espacial pelas regiões do país, nível de educação, mortalidade, violência nas diferentes faixas etárias e gravidez na adolescência. "Nosso principal objetivo é chamar a atenção para essas questões. É um enorme problema de saúde pública, com altas taxas de mortalidade e morbidade e é necessário reverter esse quadro", diz.
Elisandra Neutelina .

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